Wednesday, December 08, 2010

Paixões da alma 1

Paixão (termo grego pathos - passividade do sujeito, experiência infligida, sofrida, dominadora e irracional)

- o grego sempre viu na experiência de uma paixão, algo misterioso e assustador, que o possui em lugar de ser por ele possuido. Entretanto, o entendimentdo deste estado se diversificam entre os gregos, nem sempre completamente dominadora e nem sempre desfavorável ao indivíduo.
Apesar da crítica de Descartes, no art.1 do ensaio "As paixões da Alma, aos antigos, julgando-os que os ensinamentos dados sobre as paixões é tão pouco, e na maior parte tão pouco crível. Podemos perceber no texto de Benedito Nunes, "A paixão de Clarice Lispector" elementos que aproximam o ensaio de Descartes e o entendimento dos gregos arcaicos e dos filósofos vindouros quanto a paixão.
Descarte quando apresente no art.50 que não existe alma tão fraca que não possa, sendo bem conduzida, adquirir poder absoluto sobre as suas paixões, indica similaridades com os ideais gregos, que nem sempre as paixões são completamente dominadora, nem sempre desfavorável ao indivíduo. Descarte reforça o pensamento grego, “as paixões são todas boas por natureza”, só devemos evitar o seu mau uso ou os excessos (hybrys).

Os filósofos gregos, no período clássico, sobretudo Sócrates e Platão, consideravam as paixões uma fonte de energia, tanto para as atividades sensual quanto para as atividades intelectuais. O pensamento racional estaria comprometido com a comoção da alma. A negação extremada pelos estóicos, cuja conduta racional, possibilitada pela prática da virtude, incluindo a disciplina intelectual de controle das representações ilusórias, culminaria na conquista da anima impertubável, ponto defendido por Descartes no art.49 (que a força da alma não basta sem o conhecimento da verdade). Descartes se distancia dos estóicos quanto estes consideravam as paixões más.

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