Monday, February 02, 2009

As núpcias puer-psique


Sinto que este será o último estudo, por enquanto. A partir de agora, preciso ter uma outra forma de auto-conhecimento. Já imaginava isso, meus sentidos já apreendem o mundo externo da forma que me era habitual, o mundo parou de andar em câmera lenta, até que gostava desta sensação, o que não gostava muito era dos sentimentos.
O livro e autor continuam sendo o mesmo. Neste tópico será abordado a conciliação entre o espírito ascencional, de um lado, e a ninfa, o vale, ou a alma, de outro. Imaginemos este enlace em estilo personificado, como em outros momentos, isso ajuda a imaginação a sentir diferentes necessidades dentro de nós como volições de diferentes pessoas (os vários eus de novo, aparecem).

O mais importante sobre a anima é o que sempre se disse da psique: é insondável, inapreensível. Jung denomina de "arquétipo da vida", ao tempo que Hillman escreve como uma função da psique (então teria outras funções, anima não se confunde com psique!?) que constitui sua verdadeira vida, a embrulhada na qual está metida hoje, seu descontentamento, suas desonestidades, e eletrizantes ilusões, junto com suas reabilitadas esperanças de uma realização melhor (isso está tratando da relação anima/psique). A anima nos embrulha e retorce e comprime a ponto de ruptura, realizando a "função de relacionamento". Deixa claro que para Jung relacionamento significa perplexidade.


A consciência do puer necessita casar-se com a mixórdia da psique, a fim de empreender a "luta dos sexos". O puer precisa combater a irritabilidade desta "mulher" interior, sua indiferente preguiça, seus caprichos - a análise chama de auto-erotismo. Trata-se de luta com a alma, ao invés de contra, um abraço apertado, tenso, afetuoso, em muitas posições de cópula sexual, um abraço em que a loucura do puer defronta-se com a confusão e os desvios da psique. Não é uma luta franca nem clara. Nem mesmo sei que armas usar ou onde o inimigo se encontra, pois o inimigo parece ser minha própria alma e coração, e minhas mais queridas paixões. O puer é deixado sozinho com sua doidice e durante o combate recorre a ela (a doidice) tão frequentemente que aprende a dela cuidar como preciosidade, como aquilo de impar que ele realmente é, sua sigularidade e limitação. O refletir-se no espelho da alma permite ao homem ver a demência de seu impulso espiritural, e a importância desta demência. (isso é muito curioso para mim, gosto de dar relevância espiritual a certas situações, que depois afastados me parecem sem importância). (Eu reclamava muito por que ela não me refletia, pura mentira, ela apenas não refletia aquilo que eu queria ver, e eu criticava como se não refletisse, e os piores dos reflexos para o puer é o silêncio, no qual não dá para acionar sua loucura, ou mesmo seu espírito defesa, se debate entre espelhos olhando para si mesmo nos olhos da alma, que reflete sua demência).

E aqui vem um ponto importante, o da terapia, foi onde me fez perceber que era o fim das leituras. Toda a luta com a alma resume-se nisso (dito acima), sendo a psicoterapia a ocasião desta luta: descobrir sua loucura, seu espríto singular, perceber a relação entre o seu espírito e sua loucura, constatar que há espírito em sua loucura, e loucura em seu espírito. A partir daqui eu extrapolo a personificação, e me confunde muito, por isso prefiro parar.

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