Thursday, October 25, 2007

Planejar Esperança

Vida Cotidiana, Crítica da Vida Cotidiana e Pichon-Rivière




A Psicologia Social fundamentada por Enrique Pichon-Rivière se inscreve na Crítica da Vida Cotidiana. Pichon no livro “O Processo Grupal” diz “não há nada que não passe pela vida cotidiana”, e é nessa cotidianidade, nos fatos e nas coisas mais óbvias, que podemos indagar para encontrar a origem dos conflitos. É na vida cotidiana que se ocultam e se naturalizam os conflitos. Pichon propõe a crítica da vida cotidiana como a forma de não aceitar acriticamente o pré-estabelecido socialmente. Desocultar, desnaturalizar será a proposta deste espaço. Sair da familiaridade encobridora dessa cotidianidade.
Quantas vezes no dia-a-dia vamos aceitando aquilo que se apresenta como o natural, a superfície dos fatos, das condutas, das interações? Quantas vezes vemos e não enxergamos, ouvimos mas não escutamos; repetimos ações sem perguntar-nos o por que e o para que dessas ações? Quantas vezes cumprimentamos ao outro mecanicamente e o outro responde também mecanicamente, sem nenhuma consciência de estar no “piloto automátco”? E quando notamos ao outro, o notamos pela ausência. Quando o outro não está é que o percebemos. Questionar a cotidianidade nos implica, nos faz protagonistas de nossa história, mas não será apenas um questionar e sim buscar alternativas para mudar, dessa forma poderemos “planejar a esperança”, como diria Pichon.